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Discurso do CDS-Partido Popular pelo 47º Aniversário do 25 de Abril em Almada

Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Almada

Senhora Presidente da Câmara Municipal

Senhores Vereadores

Senhores Deputados 

Exm.ºs Convidados,

Caros almadenses

Com o 25 de Abril de 1974, Portugal, em primeiro lugar, com o caminho da verdadeira liberdade no horizonte, definiu como objectivo primordial a concretizar na sociedade portuguesa, descolonizar, seguindo-se a democratização e por fim, o desenvolvimento do país. 

Este processo, em consequência da revolução colocada em marcha pelos militares e com a anuência do povo português, ficou conhecido como os três D´s. Os três D´s que iriam mudar para sempre o país. 

A guerra nas colónias terminou, as tropas regressam a Portugal, os jovens militares regressaram a casa para as suas famílias e libertaram-se povos para exercerem por vontade própria a sua autonomia e a sua independência. Aos ex-combatentes, muitos deles militares de Abril e de outras datas em defesa da liberdade, não se deve deixar de prestar a verdadeira e sentida homenagem, quer de um lado quer do outro, a todos aqueles que se cruzaram numa guerra desnecessária e inconsequente. 

Contudo, apesar dos conflitos armados e das tensões na altura entre a denominada metrópole e as denominadas colônias, Portugal e os países africanos que estiveram sob o seu governo, emitiram e concertaram esforços para conduzirem políticas que levassem à normalização das relações e do compromisso do seu desenvolvimento e prosperidade, alicerçado nos valores das sociedades modernas, livres de ditaduras e livres da opressão à determinação de cada povo.  

Do decorrer dessa cooperação o D de Descolonização, de entre outras tantas, resultou a CPLP, instituição fraterna que aproxima os povos, agora numa lógica de igualdade e de parceria para o desenvolvimento e para a prosperidade de nações com uma história que se confunde numa só. 

Por último, mas não menos importante e que permitiu o acesso ao conhecimento, à educação, ao emprego, à habitação, à saúde, aos apoios sociais e a tantas outras oportunidades colocadas ao dispor dos portugueses, o Desenvolvimento. Este terceiro D, veio trazer e apresentar um Portugal mais moderno, mais competitivo e mais desenvolvido. 

Portugal abria-se assim ao mundo, e sobretudo, a uma Europa progressista no que respeita aos valores da liberdade e da democracia ocidental, esperançosa em construir um caminho único, em conjunto e no desígnio da modernidade.

Foi com essa integração que Portugal deu um passo gigante para o desenvolvimento e para a maturidade política e social, juntando-se desse modo, aos países que caminhavam em busca da prosperidade económica e da solidificação das democracias representativas e pluralistas.

O país avançou, convocaram-se eleições ao longo de mais de quatro décadas, o povo saiu à rua, manifestou-se, gritou, cantou e celebrou com alegria a liberdade sem medos e sem perseguições perturbadoras dos seus valores e princípios democráticos. 

Aprendemos ao longo dos anos a substituir a força pela palavra e arma pela caneta, ao mesmo tempo que nos íamos libertando dos preconceitos ideológicos e re-aprendiamos a viver em comunidade.

Chegados até aqui, e quase a fazer meio século da revolução dos cravos, seria importante refletirmos no que foi feito, no que se conquistou, nos caminhos trilhados com muito suor e muitas horas e muitos sacrifícios despendidos em nome do país e dos portugueses, para que o terceiro D de desenvolvimento, quase cinquenta anos depois, tivesse cumprido o seu dever. 

Em 47 anos muito mudou desde aquela madrugada de 25 de Abril de 1974, na certeza porém, que o caminho está sempre em andamento, todavia, cada vez mais exigente.

É preciso dar capacidade às instituições públicas e privadas para que as mesmas em consonância, possam dar continuidade a uma sociedade de oportunidades, uma sociedade dos valores fraternos, caminhando lado a lado para o bem estar dos portugueses concretizando o muito que ainda não foi conseguido atingir mesmo depois de tudo o que muitos há 47 anos sonharam. 

E se o sonho é uma constante da vida, esse sonho deve ser alimentado com o combustível da esperança de um país melhor e mais justo onde todos terão oportunidade de mostrar o seu valor ao mesmo tempo que o Estado deve garantir àqueles que mais precisam tudo aquilo que ainda está por cumprir: um melhor acesso à saúde, habitação condigna, a estabilidade profissional, mais segurança para aproveitarmos o espaço público e proteger a nossa propriedade e os nossos pertences, uma educação e um ensino superior ao alcance de todos e sem condicionantes mas com liberdade de escolha, uma cultura com qualidade e de acesso a todos, menos assimetrias entre regiões, mais equidade e melhor qualidade nas escolhas.

Tal como no país, também Almada e os almadenses devem dar continuidade ao seu caminho solidificando a democracia e os valores da liberdade procurando cuidar da sua terra e contribuir para o seu desenvolvimento. 

Almada, terra de liberdade, onde se deve dar seguimento à transformação do concelho para a modernidade, para o desenvolvimento, para solidificar um município de oportunidades, acolhedor e humanista. 

Posto isto, e em nome da verdadeira liberdade e dos valores democráticos, Almada e os almadenses devem rejeitar totalitarismos, experimentalismos populistas, intolerância e indiferença, e regimes aos quais os povos por esse mundo disseram não. 

Vivemos num tempo de paz e de harmonia, mas as sociedades não podem adormecer ao sabor do inconformismo, pois a intolerância, o desprezo e os perigos que ameaçam o espírito de Abril e todos aqueles momentos em que foram rejeitados regimes opressores, espreitam ao virar da esquina ameaçando a própria liberdade. 

47 anos depois, ontem, hoje e amanhã, continuamos a dizer VIVA, MAS VIVA SEMPRE A LIBERDADE! 

António Pedro Maco

Deputado Municipal do CDS-Partido Popular 

   

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